quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Depoimento de diretor-presidente da Funcef mostra casos de possíveis investimentos de risco

Suspeitas de investimentos de risco e má gestão da Fundação dos Economiários Federais da Caixa Econômica (Funcef) esquentaram os ânimos na audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, nesta quinta-feira (27/8). Foram quase sete horas de oitiva com o diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser.

O relator da CPI, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) questionou Caser sobre a perda financeira da Funcef nos últimos anos. O diretor-presidente culpou "as constantes quedas nas ações da Vale, em altas taxas de juros em rendas variáveis, além das constantes quedas da Bolsa de Valores". Hoje, a Funcef tem um deficit de R$ 5,5 bilhões, de acordo com dados atuariais levantados pela fundação.  

Títulos de crédito - 

Caser reconheceu que o diretor de participações imobiliárias da Funcef, Carlos Borges, encontrou-se com Alberto Youssef e que ele sugeriu a compra de debêntures - dívidas de uma empresa, que assume o compromisso de devolver, com juros e prazo, um valor pré-determinado - da Marsans, uma agência de viagens de propriedade do doleiro, investigado na Operação Lava Jato.

De acordo com diretor-presidente da Funcef, o encontro foi sugerido pelo ex-deputado federal André Vargas: "Ele (Borges) recebeu Youssef na fundação, a pedido de André Vargas. O próprio deputado iria participar mas acabou não indo. Alberto Youssef apresentou o investimento para debêntures da Marsans, mas ele não foi feito". Outro ponto questionado pelos parlamentares foram os investimentos junto a Sete Brasil, empresa que opera no setor de petróleo, e a Invepar.

Perdas elevadas - 

O relator perguntou ainda sobre a continuidade dos investimentos junto à Invepar. "Como apresentou perdas de altos valores, foram reavidos por ordem judicial R$ 200 milhões de reais. É inadmissível que mesmo com perdas tão significativas este investimento não tenha sido melhor avaliado", questionou Sérgio. 

O depoente disse que a decisão de investir na Invepar foi analisada por cinco anos, mas o deputado voltou a indagar: "Mesmo neste período, não foram notadas as quedas econômicas da empresa?".

Alguns líderes partidários discordaram e chegaram a bater boca durante a sessão da CPI. A oitiva do diretor-presidente do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), Gueitiro Matsuo Genso, que seria nesta quinta-feira foi reagendada para 3 de setembro.

Assessoria de imprensa (Ascom/BSB)
Deputado federal Sérgio Souza 

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