terça-feira, 25 de agosto de 2015

“Conversei muitas vezes com Vaccari sobre questões financeiras do Postalis”, afirmou presidente do fundo durante depoimento em CPI

A CPI dos Fundos de Pensão ouviu nesta terça-feira (25/8) o diretor-presidente do Postalis (fundo de pensão dos Correios), Antônio Carlos Conquista. O relator, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) foi o primeiro a perguntar. Ele pediu esclarecimentos sobre a relação que Conquista possui com o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto e o doleiro Alberto Youssef. Segundo o diretor, a relação com Vaccari era antiga, desde quando militavam no sindicato dos bancários e ele afirmou que nunca conheceu o doleiro.

Questionado sobre a relação estreita com o ex-tesoureiro, Conquista respondeu: “Conversei várias vezes com Vaccari sobre a situação econômica do Postalis. Não tínhamos contato telefônico, apenas encontros pessoais que aconteciam sempre na sede do PT. Ele nunca pisou na nossa sede”.

A previsão é que o prejuízo do Postalis seja de R$ 5,8 bilhões. A CPI investiga se as causas foram por má aplicação financeira ou corrupção dentro da instituição. De acordo com o relator, a CPI irá expandir as investigações: “Serão criadas quatro subrelatorias: renda fixa, variável, participação e questões imobiliárias para chegarmos a conclusões mais precisas do tamanho da fraude que envolve os Fundos de Pensão", afirmou.

Postalis -

O Postalis é o maior fundo de pensão, com 196 mil participantes no país. Para os investimentos são contratados gestores de avaliação das aplicações financeiras.  Sérgio pediu ainda esclarecimentos sobre os motivos que levaram o Postalis a investir no Banco BVA, quando o mesmo já possuía intervenção do Banco Central.  Conquista revelou que “não tinham conhecimento desta intervenção e talvez nenhum dos investidores soubessem, e assim, continuaram as transações financeiras”.

Durante o depoimento foram apresentados alguns pontos questionáveis em relação a administração do fundo, como investimentos na compra de terrenos, aporte em cadernetas financeiras, entre outras movimentações financeiras  junto ao Banco BVA e a administradora Bank of Newyork Mellon (BNY Mellon).

“Mesmo o BNY sendo o administrador e apresentando constantes furos nos investimentos, qual a justificativa de vocês continuarem a trabalhar com a instituição?”, perguntou o relator. Conquista alegou que existem processos judiciais, buscando a recuperação destes valores que podem ter levado aos possíveis prejuízos. O Postalis conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 250 milhões junto ao BNY. De acordo com estimativas do fundo, as perdas foram de R$ 2 bilhões nos últimos dois anos.

Oitiva –

Durante todo o depoimento, Conquista foi evasivo e prometeu que depois enviará à CPI OS documentos requisitados na sessão. Sérgio enfatizou que é inadmissível o presidente não saber de dados fundamentais: “O senhor está aqui sob juramento, não pode ser tão evasivo desta forma. Precisamos de dados e queremos todos estes documentos prometidos o mais rápido possível”.

O diretor-presidente e outros 20 dirigentes estão com os bens bloqueados judicialmente por conta da negociação imobiliária na cidade de Cajamar (SP). Os bloqueios batem a faixa de R$ 196 milhões.

Assessoria de imprensa (Ascom)
Deputado federal Sérgio Souza 

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